quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

The summer is tragic!


Muitos costumam me perguntar o porquê de eu não gostar de praia. Quando era criança eu adorava; e é justamente isso que é estranho. Imagino que o meu desamor por praias começou a surgir quando, anos atrás, precisei me afastar por um longo período, devido a um sério tratamento médico para tratar da acne.
Quando esse processo acabou, mais de um ano depois, as idas à praia também foram ficando cada vez mais espaçadas, seja pela falta de oportunidade, tempo ou por eu ter desenvolvido uma espécie de “nojinho,” que pode ser plenamente justificado por meio desse texto engraçadíssimo que eu achei circulando na Internet.


The summer is tragic!
RosanaHermann


Chegou o verão. E com ele também chegam os pedágios, os congestionamentos na estrada, os bichos geográficos no pé e a empregada cobrando hora-extra.
Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose.
Verão é picolé de Ki-suco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca.
Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis. Mas o principal, o ponto alto do verão é... a praia!!
Ah, como é bela a praia!
Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção.
Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias.
Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas.
O verão é Brasil, é selva, é carnaval, é tribo de índio canibal.
Todo mundo nu de pele vermelha. As mulheres de tanga, os homens de calção tão justo que dá até pra ver o
veneno da flecha, e todo mundo se comendo cru.
O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando. É muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias.
Em menos de cinqüenta minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia.
E as crianças? Ah, que gracinha! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem.
As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o
outro pé do chinelo.
Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como perfurar um poço pra fincar o cabo do guarda-sol. É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em pé.
Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar! Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo. Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva.
Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem aquela vontade de fritar na chapa.

A gente abre a esteira velha, com cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha.
Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor.
Mas, claro, tudo tem seu lado bom. E à noite o sol vai embora. Todo mundo volta pra casa, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo. O xampu acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde o creme de barbear até desinfetante de privada. As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa de praia oferece. Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo.
O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família. Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical.
The summer is tragic!

TEXTO PUBLICADO NO PRIMEIRO NÚMERO DA REVISTA "JOVEM PAN", ESCRITO POR ROSANA HERMANN.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Chelsea Handler xinga Angelina Jolie de ladra de maridos




Hoje vi na Internet a seguinte manchete: “Chelsea Handler xinga Angelina Jolie de ladra de maridos”.
Li toda a reportagem, que ainda trazia a seguinte fala da artista: "Eu odeio Angelina Jolie. Ela pode resgatar quantos bebês de quantos países quiser. Eu não acredito em vocês p**** nenhuma... Ela dá entrevistas dizendo que não tem nenhuma amiga mulher. É porque você é uma p***, uma ladra de maridos."
Sinceramente, eu não acredito que tenha existido outro motivo, além da autopromoção, que possa ter levado essa criatura a se expor dessa forma. Não vejo nenhum ato de lealdade em relação à amiga (Jennifer Aniston, que perdeu Brad Pitt para Jolie), pois também não acredito que, após tanto tempo, Jennifer ainda não tenha superado. Não é possível, desculpem, mas não entra em minha cabeça.
Triângulos amorosos sempre existiram e nunca deixarão de existir, dentro e fora de Hollywood. E é impressionante como algumas pessoas reagem frente a esse tipo de situação. Como existe uma tendência machista a apontar culpados, como se quem estivesse de fora tivesse o dom supremo de julgar e condenar essa ou aquela parte envolvida, sobretudo sem levar em consideração pormenores desconhecidos e que, geralmente, são pontos importantes para o desfecho de uma história.
Será Angelina uma destruidora de lares?
Será Jennifer uma completa idiota?
Será Brad um tremendo sacana?
Vou segurar a tentação. Prefiro não comentar.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Viva Santa Bárbara!


Sobre esta história existem numerosas versões, a mais difundida das quais considera Bárbara nascida no início do Séc. IV em Nicomédia, actual Ismite, cidade da antiga Bitínia, na Ásia Menor, junto ao Mar de Mármara; era então Imperador Romano Maximiano Hércules.

Segundo esta versão, Bárbara era uma jovem invulgarmente bela, filha de Dióscoro, homem rico e poderoso, adorador dos deuses grego-romanos. Este, desejando destinar sua filha a um bom casamento, que também constituísse para ele uma vantajosa aliança, e por ter de partir em viagem, encerrou-a numa torre, mandando construir ali um balneário com duas janelas.

No seu isolamento, Bárbara terá entrado em profunda meditação, acabando por se converter à fé cristã, então seriamente proibida no país e já motivadora de perseguições. Na ausência do seu pai, Bárbara mandou abrir no seu balneário uma terceira janela para que assim, segundo ela, recebesse uma luz que representasse a Santíssima Trindade. Também iluminada pela Santíssima Trindade terá desenhado uma cruz com o dedo, no mármore da balneário, que ali ficou profundamente gravada e que, conforme vários relatos, teve efeitos milagrosos para os que, mais tarde, a tocaram. Além disso mandou destruir os ídolos pagãos que seu pai ali tinha.

Quando Dióscoro regressou da viagem, interrogou sua filha, que explicou o que tinha feito e informou seu pai que recusava qualquer casamento, pois já se tinha destinado a Jesus Cristo. Aquele, furioso, desembainhou a espada para a castigar, o que fez com que Bárbara fugisse e se ocultasse no interior de um rochedo que, segundo a lenda, se terá aberto para a esconder. Numa versão da Idade Média, que situa a história lendária de Bárbara perto de Atenas, a jovem terá sido protegida por mineiros de Laurio que a esconderam na sua mina. Denunciada por um pastor, Bárbara terá sido entregue ao seu pai que a levou a Marciano, máxima autoridade romana da cidade, acusando-a de professar o Cristianismo. Marciano quis perdoá-la, se Bárbara aceitasse os deuses de Roma, mas a jovem terminantemente recusou.

Por várias vezes açoitada cruelmente, Bárbara terá pedido sempre o auxílio a Deus, tendo Jesus aparecido assegurando-lhe que estaria sempre a seu lado, de modo que as crueldades dos tiranos nada pudessem contra ela. Nesse momento, Bárbara ter-se-á sentido curada e terá dado muitas graças a Jesus, assegurando-lhe que o seguiria para sempre.

Não conseguindo demovê-la da sua fé em Jesus, Marciano, no cúmulo do furor, tê-la-á mandado decapitar. Dióscoro, seu pai, que terá solicitado ser ele o executor, terá levado Bárbara ao alto de um monte onde esta se terá ajoelhado e pedido a Jesus que, na hora da sua iminente morte, a absolvesse de todos os seus pecados. Levada pela sua bondade, terá pedido também que a mesma graça fosse concedida a todos os que, em situações de morte iminente, por seu intermédio implorassem a Extrema Unção. Tendo recebido de Jesus a garantia da satisfação destes pedidos, Bárbara terá sido decapitada pelo seu cruel pai. Isto ter-se-á passado no dia 4 de Dezembro, dia de futuro dedicado à Santa. Continua a lenda que, entretanto, o céu escurecera, se tornara tempestuoso e que, quando Dióscoro encetou o regresso do monte, um raio o fulminou, reduzindo-o a cinzas. E assim, enquanto Bárbara terá subido ao Céu levada por anjos, Dióscoro terá descido ao Inferno para ser atormentado para sempre pelos demónios.

* Fonte: Internet.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Navegando na melodia...




Nesses últimos dias tenho ouvido bastante essa música...
A seleção de imagens contida neste vídeo é muito bonita, e a letra também é exposta para que possamos acompanhar.



segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Incoerência


Eu nunca fui uma pessoa extremamente observadora. Embora não veja isso como qualidade, também não acho que seja errado cuidar da minha própria vida em vez de passar boa parte do tempo analisando os gestos alheios. Porém, algumas vezes o ser humano consegue apresentar um discurso tão incoerente em relação as suas atitudes, que o meu desligamento cai por terra.
Fico impressionada ao notar como alguém é capaz de sustentar palavras de impacto com tamanha sensatez, mas, pouco tempo depois, ao sentir na própria pele alguns efeitos, não consiga colocar em prática nada daquilo que havia defendido.


Algumas frases para reflexão:


"Nada pode ser estável se não parte de um princípio sólido." (Michel de Montaigne)

"Pimenta no cu dos outros é refresco." (Ditado popular)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Aos nordestinos


Achei esse texto incrível... É longo, mas vale a pena.

Conhecer

José Barbosa Junior

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o

Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros "brasileiros" também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país. E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
Os nordestinos devem ficar quietos!

Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo "carioca" Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...

Ah! Nordestinos...

Belezas naturais? As praias de Maceió, Porto Seguro, Porto de Galinhas... A Chapada Diamantina, o Canyon do São Francisco, as dunas de Natal...

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de "cachorras". Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para "um dia de princesa" (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte!"

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

Metade de minha familia é do nordeste. Para ser mais especifico, de Recife, Pernambuco. Povo sofrido, esquecido propositadamente pelos politicos do sul e sudeste, que transformam a região em curral eleitoral. Mas o sofrimento não tira do nordestino o principal: seu CARÁTER e sua MORAL. Povo inteligentíssimo e firme em suas convicções, e, apesar de todas as dificuldades não esmorece. De minha familia tenho advogados, agronomos, fiscais da receita federal e de alfândega, diretores de estatais, comerciantes, doutores, e a lista vai longa.

Infelizmente o racismo ou o regionalismo aparece quando o incompetente, o mediocre e sem talento, vê ameaçado o seu "mundinho" por alguem que ele considera como "nada" devido a sua arrogância e comodismo - "pobre menino[a] rico do sul - depende totalmente do papai e da mamãe".

Que o Senhor Jesus continue abençoando o povo nordestino e também do norte do país, para que produza cada vez mais frutos que movam a sociedade e a cultura desta nação!

Fonte: Autor José Barbosa Junior / Crer é Pensar - via Blog do Hermes> Fernandes


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Playmobil



Esta é uma produção feita com Playmobil que retrata a história de Eduardo e Monica (Legião Urbana).
Lembrei de quando eu era criança, e costumava brincar com meus primos... Achei muito bonitinho. :)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"Frankly, my dear, I don't give a damn"


Frankly, my dear, I don’t give a damn - Gone with the wind
Carregado por jedall. - Veja outros filmes e emissoras de televisão em video

Não tenho hábito de postar vídeos aqui no espaço cor-de-rosa, porém, esse merece atenção. Trata-se da cena final do filme “Gone with the Wind" , ou “E o Vento Levou”.
Resolvi postar essa parte, porque estou me sentindo muito “Rhett Butler.” Isso mesmo. Imaginemos que eu seja ele, e que você seja ela.

Essa vai para você: "Frankly, my dear, I don't give a damn".

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Não aprendi dizer adeus...



















Foi uma facada no peito, ou melhor, no fígado... O médico me olhou e falou:
“Você está proibida de comer todos esses alimentos aqui...”
Entregou-me uma listinha e, enquanto eu a lia com aquela expressão de desolação, torcia para que ele tirasse o jaleco, e a "máscara", e dissesse: "Aqui é o Ivo Holanda, você caiu na pegadinha, hahahaha!!!"
Logo eu, que sempre tive minha imagem relacionada à comilança, terei de me acostumar a viver sem determinados recursos, como frituras e Cia.
Como passarei meu dia sem café? Gente, café é uma questão cultural mesmo, o próprio nome que atribuímos ao desejum é....? Café-da-manhã!!!
Alem disso, sei que existem determinados alimentos que parecem ser inerentes à minha personalidade, que me acompanham nos momentos difíceis, como o chocolate, por exemplo. Agora me digam: eu comerei uma caixa de que quando levar um fora ou perder em alguma prova?
Maldito refluxo gástrico...

sábado, 23 de outubro de 2010

Ocê num óia, eu num óio...



Uma piadinha...

Lá na roça, um menino e uma menina foram criados juntos, desde que eram bem miudin...

O tempo foi passano, passano, eles foi creceno, creceno. Aí se casaram.

No dia do casório, sacumé, povo da roça não viaja na lua de mér, já vai direto pra casinha de comodo i cuzim.

Chegano lá na casinha, a Maria, muito tímida, vira para o Zé e fala:

-Ó Zé, nóis vai tirano a rôpa, mais ocê num mi óia nem ieu ti óio, vamu ficar dis costa.

Zé responde: Tá bão Maria. Intaum eu num ti óio e ocê num mi óia. Cumbinado.

Nisso Maria abre a malinha de papelão novinha que ganhou do pai, tira a camisola que ganhou da mãe.

Maria tira a roupa. Ao vestir a camisola notou que a mãe tinha lavado, ponhou no sór pra módi quará e ficá bem branquinha. Tava um capricho só a camisola. Só que a véia usou goma demais pra passar a camisola, deixando-a muito engomada.

Maria então diz: Meu Deusducéu, cuma é qui eu vô drumi com um trem duro desse?

Aí o Zé fala: Ah Maria! Assim num vale! Ocê mi oiô né?

domingo, 17 de outubro de 2010

Que coisa!


Uma amiga estava me contando que uma colega do trabalho conheceu um carinha e que, no primeiro dia que saíram, ele fez aquelas perguntinhas triviais, como, o que ela fazia da vida, etc. Ao comentar que era formada e servidora pública, ele argumentou que sendo bonita, inteligente e independente, tinha de ter um defeito... Quis ser engraçadinho e me saiu com essa:
“Qual é, você ronca, peida ou caga de porta aberta?”
Depois disso, por motivos óbvios, ela não voltou mais a sair com essa figura grosseira.
Aí, eu fiquei pensando... O que leva um homem a perguntar algo assim a uma mulher, ainda na fase da conquista?
Ficamos conversando a respeito, e chegamos a algo perto de uma conclusão: parece que as mulheres hoje se oferecem tanto, que eles não se esforçam para nada. E nem precisam mais... Acham que todas estão tão desesperadas que, quando vêem uma que não está, ficam até assustados! É, deve ser por isso que aparecem com essas pérolas...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Eu te amo...


Descobri que te amo hoje, como nunca te amei. Não que não tenha te amado sempre; mas meu amor não era capaz de entender o quanto você já me amava.
Percebi que te amo tanto, que se esse amor não fosse assim, como é, não teria me trazido de volta para você. Ou será que foi o seu amor que te pôs no meu seio? É que é tanto amor, que eu nem sei... Não sei mais se sou eu, ou se é você...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sobre o capítulo final de "A Cura".


Alguém poderia me explicar o último episódio da mine-série “A cura”? É que descobri que sou burra. Pior ainda: que burrice é hereditário, pois meu pai também não entendeu nada.

domingo, 3 de outubro de 2010

Comer, Rezar e Amar.


Pensem em um filme chato. Elevem ao quadrado, aliás, ao cubo. Esse é o resultado final da produção Comer, Rezar e Amar, estrelado por Julia Roberts, baseado no best-seller autobiográfico de Elizabeth Gilbert.
Tudo bem que eu seja suspeita para falar, afinal de contas, eu nunca fui fã de livros de auto-ajuda. Porém, como sou brasileira, e não desisto nunca, estava jurando para mim mesma que a versão cinematográfica poderia me causar fortes emoções. Ok, ok, lá no fundo eu já sabia que não seriam tão fortes assim...
Não li o livro, mas acho que não gostei do filme por não conseguir entender como uma crise existencial pode levar uma pessoa tão longe; no caso dela, no sentido literal mesmo.
A criatura larga tudo em New York (emprego, casa, marido, amigos...) e vai de mala e cuia para três partes estratégicas do mundo: Itália, Índia e Bali. Não precisa ser historiador para deduzir qual a relação do título da obra com cada um desses lugares, não é mesmo?
Agora eu me pergunto: para que ir tão longe para fazer coisas tão óbvias?
Vejamos o meu caso, por exemplo. Se eu tenho uma Cantina Volpi, localizada praticamente na esquina da casa de minha avó, por que sairia daqui para comer pizza na Itália?
Para rezar, precisava ir até a índia? Com certeza? Tudo bem que a Índia é tida como um país altamente espiritualizado, e blá blá blá, porém, bastava ter assistido a alguns capítulos daquela novela, Caminho das Índias, que já dava para pegar várias dicas. Depois, era só acender uma velinha para Santo Antônio, e resolver tudo sem sair de casa mesmo!
Quanto a amar... Poxa vida, minha gente, eu sei que o trânsito que se pega para chegar à Pinto de Aguiar é complicado, mas garanto que não é nada comparado a uma passagem para a Indonésia.
Obviamente eu estou tirando um sarro dessa história. Não há como não encarar com bom humor a dúvida, que ainda insiste em povoar tantas mentes: será que é preciso ir tão longe para descobrir o que existe dentro de si mesmo?

domingo, 19 de setembro de 2010

"Biscoito Esfarelado"


Uma amiga resolveu me homenagear por meio de uma brincadeira. Ela criou um blog que conterá historinhas fictícias tendo como inspiração as minhas supostas aventuras.
Este é o link: http://biscoitoesfarelado.blogspot.com/
Espero que visitem e gostem!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Caligrafia urgente!


Parece que essa vida moderna nos faz perder algumas antigas habilidades. A escrita, por exemplo. Não tinha me dado conta de como ficou feia a minha letra, pela falta do hábito de escrever. Quer dizer... Se encararmos o fato de que digitar não seja a mesma coisa...
Passei o sábado e o domingo fazendo provas. E as duas exigiam de mim a capacidade de fazer uma redação. Ok, até aí tudo bem, eu adoro escrever. Ops, digitar...
Porém, quando dei por mim, percebi que as minhas letras haviam se transformado em garranchos. Por exemplo. O meu “t”, não era mais um “t” bonitinho, de quando eu estava na 3º série... Transformou-se em uma cruz. O meu “s” virou um parêntese fechado, isso mesmo, algo parecido com isso “)”. O meu “A” (só o maiúsculo), agora é um triângulo, e o “o”, um zero, ou uma bola, como o avaliador preferir.
Com isso, só me resta uma coisa: caligrafia urgente!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Parabéns administradores!!!


Hoje é o dia do Administrador. Esse profissional que, como dizem por aí, “sabe um pouco de tudo e muito de nada”. Não que eu concorde, mas entendo bem o porquê.
Talvez esse seja um dos pilares que sustente o absurdo que se percebe em concursos públicos, ao se exigirem dos bacharéis em “qualquer área de formação”, conhecimentos que se aprende no curso de Administração e, conseqüentemente, exclui de nós, administradores de verdade, o direito de concorrermos apenas com nossos colegas de classe.
De qualquer forma, parabéns!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Por nossos piriris!


Piriri:ultimamente tenho ouvido muito essa palavra... Mas não entrarei em detalhes para não comprometer ninguém... : )
Essa crônica funcionará muito bem como homenagem aos nossos piriris de cada dia!


Um dia de merda
Luiz Fernando Veríssimo


Aeroporto Santos Dumont, 15:30. Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse. Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas. Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão. “Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo”. O avião só sairia às 16:30.

Entrando no ônibus, sem sanitários, senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei: “Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro”. Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda. O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante: “Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido às obras na pista”. Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas.

Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada. Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal. Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério: “Cara, caguei”.

Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle. “Que se dane, me limpo no aeroporto” – pensei. “Pior que isso não fico”. Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar e, sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Dessa vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo à liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado. Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez.

Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada. Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri ao banheiro e, entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco.

Olhei para cima e blasfemei: “Agora chega, né?” Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.

Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o “check-in” e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. Ele tinha despachado a mala com roupas. Na mala de mão só tinha um pulôver de gola “V”. A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.

Desesperado, comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. Minha cueca joguei no lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis e, assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda. Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que improvisar. A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica máquina de lavar. Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu.

Estava pronto para embarcar. Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola “V”, sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.

Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando “O RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO” e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria. A aeromoça se aproximou e perguntou se precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: “Nada, obrigado. Eu só queria esquecer este dia de merda!”

domingo, 8 de agosto de 2010

Quem será eleito?





Porque votar nunca esteve tão difícil!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A jovem Rainha Vitória


Ontem fui assistir ao filme A jovem Rainha Vitória no MAM- Museu de Arte Moderna. Trata-se de uma produção inglesa, executada com todo cuidado. É um filme leve, um romance que, embora não nos traga nada além do previsível, é capaz de garantir um momento agradável de descontração, sobretudo para quem gostaria de fugir um pouco do estilo Hollywoodiano e da rota comercial da cidade (Shoppings Salvador/ Iguatemi/ Itaigara).
E por falar em fuga do habitual... Quase havia me esquecido de como são belas aquelas bandas... Olhar o reflexo do Sol brilhando na superfície do mar promove uma sensação de bem estar inigualável.
Dia feliz. :)

domingo, 18 de julho de 2010

Liberado!!!


Após um período de reclusão, o Fine Biscuit foi aberto ao público novamente!!! Podem comemorar!!!

Libera Geral
Xuxa
Composição: Álvaro Socci, Claudio Matta

Libera geral, libera geral, libera geral (então libera)
Libera geral, libera geral, libera geral (então libera)
Libera a tua boca pra sorrir
O melhor remédio pro tédio é se divertir
Livre-se do passado que viveu
Pra ficar também de bem com a vida como eu (libera)
Dane-se tudo que te sufocar
Tudo aquilo que te impede de poder voar
Libera geral, libera geral, libera geral (então libera)
Libera geral, libera geral, libera geral (então libera)
Libera sobre tudo o coração
Não despreze nunca a força da intuição
Libera o corpo pra poder sentir
Os desejos, as vontades, o que pedir (libera)
Canta mais alto, mostra tua voz
O que importa o que os outros vão pensar de nós
Libera geral, libera geral, libera geral (então libera)
Libera geral, libera geral, libera geral (então libera)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Memória de Minhas Putas Tristes.



Adquiri esse livro uns dois anos atrás. Meu pai se empolgou para ler (mas até hoje duvido que o tenha lido). Ficou em suas mãos por mais de seis meses, até passar para as de minha tia (que também demorou algum tempo para devolver). Quando eu pensei que finalmente havia chegado a minha vez... Ele pediu de volta (acreditem). Resumindo: Só agora essa maravilhosa obra voltou para mim...
O que posso dizer é que não é um livro para se ler naqueles momentos de descrença crônica da humanidade, do amor e da vida. É de um lirismo comovente, porém, ao mesmo tempo, a linguagem coloquial não nos permite cair no sono ou entediar de qualquer forma; pelo contrário. A despeito de promover uma leitura leve, García Márquez nos transporta a considerações sobre os sentimentos em suas formas mais puras e essenciais.
Se pudesse definir o livro em uma única frase, apenas me limitaria a dizer: simples e lindíssimo.

Pela volta dos shortinhos!!!





Eu não gosto de futebol e a Copa do Mundo é, para mim, nada mais que um pretexto para fazer uma bagunça com familiares e amigos. Mas sinto que, a cada quatro anos, eu encontro menos motivos para gostar do esporte...
Bons eram os tempos de Zico. Bebeto também dava para o gasto, porém, Kaká... Acredito que as imagens acima revelem o porquê.
Onde vamos parar? Eis a questão. Será uma "desevolução"? Será, meu Deus?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Para quem é gato...


Ode ao Gato

Os animais foram
imperfeitos,
compridos de rabo, tristes
de cabeça.
Pouco a pouco se foram
compondo,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas, graça vôo.
O gato,
só o gato apareceu completo
e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho e sabe o que quer.

O homem quer ser peixe e pássaro,
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
e todo gato é gato do bigode ao rabo,
do pressentimento à ratazana viva,
da noite até os seus olhos de ouro.

Não há unidade
como ele,
não tem
a lua nem a flor
tal contextura:
é uma coisa
só como o sol ou o topázio,
e a elástica linha em seu contorno
firme e sutil é como
a linha da proa de uma nave.
Os seus olhos amarelos
deixaram uma só
ranhura
para jogar as moedas da noite .

Oh pequeno imperador sem orbe,
conquistador sem pátria,
mínimo tigre de salão, nupcial
sultão do céu
das telhas eróticas,
o vento do amor
na intempérie
reclamas
quando passas
e pousas
quatro pés delicados
no solo,
cheirando,
desconfiando
de todo o terrestre,
porque tudo
é imundo
para o imaculado pé do gato.

Oh fera independente
da casa, arrogante
vestígio da noite,
preguiçoso, ginástico
e alheio,
profundíssimo gato,
polícia secreta
dos quartos,
insígnia
de um
desaparecido veludo,
certamente não há
enigma na tua maneira,
talvez não sejas mistério,
todo o mundo sabe de ti e pertences
ao habitante menos misterioso
talvez todos acreditem,
todos se acreditem donos,
proprietários, tios
de gato, companheiros,
colegas,
discípulos ou amigos do seu gato.

Eu não.
Eu não subscrevo.
Eu não conheço o gato.
Tudo sei, a vida e o seu arquipélago,
o mar e a cidade incalculável,
a botânica
o gineceu com os seus extravios,
o pôr e o menos da matemática,
os funis vulcânicos do mundo,
a casca irreal do crocodilo,
a bondade ignorada do bombeiro,
o atavismo azul do sacerdote,
mas não posso decifrar um gato.
Minha razão resvalou na sua indiferença,
os seus olhos têm números de ouro.


Pablo Neruda

domingo, 13 de junho de 2010

Mapa Astral



Quando era adolescente tive um colega, aliás, bem mais que isso, foi um grande amigo que marcou muito determinada fase de minha vida, que era conhecedor de Astrologia. Ele nunca cumpriu sua promessa de fazer meu mapa astral, ou, então, o fez e guardou para si, talvez numa tentativa de ter para sempre com ele todos os meus segredos...
Porém, como hoje em dia a Internet tornou-se mais comum que nossas trocas de olhares durante as aulas, entrei em um desses sites, despretensiosamente, diga-se de passagem, lancei meus dados e puff! Em poucos segundos, eu me vi ali, retratada como que por quem me conhecesse há anos.
Não sei se essas informações tem credibilidade, mas as achei interssantes.


Posição dos planetas:
Sol em Capricórnio
Lua em Leão
Mercúrio em Sagitário
Vênus em Sagitário
Marte em Capricórnio
Júpiter em Libra
Saturno em Libra
Urano em Escorpião
Netuno em Sagitário
Plutão em Libra

Posição das casas:
Ascendente em Leão
Casa 2 Virgem
Casa 3 Libra
Casa 4 Escorpião
Casa 5 Sagitário
Casa 6 Capricórnio
Casa 7 Aquário
Casa 8 Peixes
Casa 9 Áries
Casa 10 Touro
Casa 11 Gêmeos
Casa 12 Câncer




Seu signo é: Capricórnio ... O EU Interior

O signo de Capricórnio, é o décimo signo do Zodíaco e inicia em 22 de Dezembro e termina em 20 de Janeiro. É um signo Cardeal, de Terra, e é governado pelo planeta Saturno. Sendo um signo tortuoso e violento, esconde dentro de si as emoções que ele não consegue exteriorizar e que tanto o atormentam.
Os natos deste signo são pessoas aparentemente calmas e controladas, raramente se abalando com os acontecimentos. São porém bastante negativos, se fechando num mundo próprio e se tornando inacessíveis como as altas montanhas que tanto os atraem. Os lugares elevados e isolados são seus prediletos, já que são governados pelo planeta Saturno. Têm uma tenacidade incrível para superar obstáculos e lutam para alcançar o que desejam. Têm muitas vezes uma infância difícil e não raro, cheia de responsabilidades.
Sendo pessoas determinadas e ambiciosas, vão lutar para alcançar a sua meta, custe o que custar, e gostam de alcançar postos elevados, como políticos, ministros, diplomatas. Não se contentam com pouco e acumulam sua fortuna pacientemente, como formigas trabalhadeiras. Se de um lado isto os ajuda a "subir na vida", por outro lado, o excessivo senso de responsabilidade e o senso do dever, lhes dá o "complexo de ATLAS" isto é, gostam de carregar o mundo em suas costas! Mas como se queixam! Podem se tornar egoístas, pessimistas, um pouco tacanhos (Tio Patinhas)! E muitas vezes aparentam ser frios e reservados, dando muita importância a seus princípios tradicionais rígidos e inflexíveis! Aprendam a relaxar um pouco! O mundo não é tão pesado! O Planeta Saturno é o planeta mais rígido do sistema Solar, pesado, inflexível e cobrador! Não deixem que a rigidez excessiva os impeça de gozar os prazeres da vida!
Entre as suas qualidades, encontramos a seriedade, a confiabilidade e a sobriedade. Não raramente tem senso de humor, um tanto sarcástico porém. Ele deve aprender a procurar a criança dentro de si, coisa que muitas vezes acontece, pasmem, com a maturidade!

Os joelhos, que são o seu ponto fraco no organismo, servem também como símbolo da humildade, como acontece na genuflexão: o Capricorniano raramente se dobra, se ajoelha!

Capricórnio e o Amor:

Apreciando a constância e a lealdade, os capricornianos são ótimos amigos, mas expressam dificilmente suas emoções, parecendo sempre distantes e frios. Ele "deseja ardentemente se apaixonar", mas isto não está em seus planos mais íntimos e nem em sua natureza, mais fria e calculadora. Pela sua excessiva praticidade pode deixar o companheiro constantemente frustrado, já que não é dado a grandes efusões e é capaz de estragar os momentos mais sentimentais, tirando o ânimo e estragando a brincadeira. Sendo um bom organizador, vai preparar todos os momentos com grande antecedência, mas deve se preocupar em olhar mais as necessidades do parceiro(a), para não se sentir frustrado com a rejeição depois. Para este signo de tradição, família e propriedade, não tem lugar para a improvisação e nem para as aventuras.

Capricórnio e a Casa:


Como é a casa de um capricorniano? Seguramente uma casa organizada, onde tudo está em seu lugar, mas onde, sobretudo, se reflita a sua condição social. Tudo dentro das mais estritas regras da tradição! Tudo tem seu lugar, e não há excessos, e deve haver um escritório onde poderá com calma continuar a trabalhar, já que a sua carreira está sempre em primeiro lugar. O ambiente pode até parecer despojado, mas ele vai preferir móveis de estilo, tradicionais ou ingleses, e tecidos clássicos. E o seu quarto, como será? Na luz e na calma que são seus luxos, o quarto do Capricorniano se lê como uma planta de arquitetura. Rigoroso e despojado, se concentra no essencial, procurando sempre mais o vazio e o abstrato; mesmo se os supérfluos da decoração, lhe parecem como concessões fastidiosas, o fogo de uma lareira, os livros favoritos e a sombra verde de uma planta, lhe proporcionam os sentimentos de uma presença que, neste lugar íntimo, às vezes lhe faz falta. As linhas são geométricas, essenciais, as cores sóbrias como o preto, cinza, índigo e as cores de terra. Concessão às tradições são os tapetes Persas e os objetos de valor, mas somente os essenciais!
Se V. acha que seu Signo está errado, CLIQUE AQUI e saiba mais!?


Ascendente em Leão

O Ascendente tem relação com sua aparência física e com o jeito que você se apresenta aos outros. Você que tem o Ascendente em Leão, certamente não gosta de passar despercebido. Sua altivez e sua forma de se mostrar para o mundo beiram a arrogância e pode ser muito mal interpretada, especialmente se abusar de seu poder. Geralmente as pessoas que possuem este signo desejam para si o melhor do mundo e fazem de tudo para consegui-lo. Adoram chamar a atenção, se colocar em destaque, são generosos e autoconfiantes. Quando Leão é seu ascendente a pessoa é um ator e adora um palco, um aplauso. Muito ambicioso, você precisa desenvolver a autoconfiança em você mesmo para alcançar as metas e objetivos traçados; mas não culpe o mundo se você não conseguir o que pretende. Seu porte físico atrai o olhar mesmo se não é conferido pela beleza física, mas é fruto da sua vaidade. Esta vaidade pode levá-lo a se enfeitar muito, mesmo se for homem: não faltarão correntes de ouro, relógios vistosos, roupas de grife, todos símbolos de sua opulência e realeza. Fisicamente você é forte, com os membros curtos e musculosos, demonstrando vigor físico e firmeza. Seu olhar é direto e um pouco arrogante e você se mostra altivo e dominador. Normalmente possui uma bela e sonora voz, um verdadeiro rugido capaz de se fazer ouvir ao longe! Seu temperamento é bilioso (natural do signo de Fogo) e predispõe você às doenças do sangue e do coração. Você pode também sofrer da coluna vertebral. A atividade física é indispensável à sua saúde.
(Lembre-se que um planeta colocado em conjunção com o Ascendente e também seu Signo, irão influenciar nesta descrição, modificando suas características).



Lua em Leão As Suas relacões emocionais.

Você tem a necessidade de se comportar como um líder, especialmente para receber os elogios e a aprovação daqueles que o rodeiam. Se você tem esta Lua você possui muita confiança em si próprio, tem honradez, senso de justiça e magnanimidade. Sua vaidade e seu temperamento artístico e dramático, podem levá-lo a escolher carreiras onde estará em destaque, exposto ao aplauso do público. Se você for mulher, esta Lua indica que você tem uma mãe/rainha e não uma mãe/colo. A beleza e a vaidade podem ser fatores predominantes em você já que precisará estar sempre no centro das atenções para apaziguar seu ego. Esta Lua mostra fragilidade no seu Ego, na sua auto-imagem, e indica que na infância você pode ter sido excessivamente mimado, sendo o centro das atenções de seus pais. Assim, na fase adulta, você chama atenção sobre si mesmo de qualquer maneira. Se sua Lua estiver ‘aflita’, você se torna dramática e instável sentimentalmente. Precisará desenvolver a relação com os outros com mais generosidade deixando de se concentrar somente em si próprio(a).

* A imagem acima repesenta, de fato, meu mapa.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Quem não tem cão...

Se dizem por aí que, que não tem cão, caça com gato, vai, então, um pequeno improviso.
Faz tempo que estava querendo colocar uma playlist aqui no espaço cor-de-rosa, porém, como sou uma analfabeta (funcional, ok?) em se tratando de tecnologia, não consegui fazer exatamente o que desejava... Porém, deu, pelo menos, para colocar umas musiquinhas “avulsas” como se fossem uma postagem.
É, acho que vai dar para quebrar o galho, mas aviso que não desisti de meu intuito. E se alguém se habilitar a me auxiliar nessa empreitada, eu agradeço!!!

OBS: Por favor, tenham consideração por mim e ouçam tudinho, pois deu o maior trabalho para colocar!!!








quarta-feira, 9 de junho de 2010

Quanto custa uma tatoo?


Pensei em fazer uma tatoo. Não sei o porquê e, até por isso, pretendo amadurecer a idéia com calma, pois não sei se ela é reflexo de uma fuga de mim mesma, ou, se um encontro com meu verdadeiro eu que até então estava escondido... Ok, ok, eu não fumei nada...
Ontem ouvi certas coisas, em uma conversa digna dos diálogos entre Mestre Miyagi e Daniel San. Fui indagada se conheço quanto eu valho. E nem era em termos intelectuais ou espirituais e, sim, em valor monetário mesmo. Daí eu comecei a pensar que nunca havia me dado ao trabalho de tentar achar essa resposta específica. E no início, não tinha me dado conta de que, o que ele realmente queria me proporcionar com essa pergunta, era que eu engatinhasse para uma evolução mais consciente.
Fiquei com isso na cabeça. Ele não me disse, mas eu cheguei à conclusão de que conhecer quanto eu custo pode ser o primeiro passo para ter uma idéia mais tangível sobre quem eu realmente sou.
Não sei ainda se farei mesmo a tatoo. Mas sei que, se descobrir que eu realmente a quero, eu a farei.


* Imagem enviada por um amigo que tem um enorme dragão tatuado nas costas.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Lá atrás...


Hoje o tempo me pareceu algo tão peculiar que me senti mal. Aquela angústia que me gerou a vontade de voltar atrás e fazer tudo de novo, só que com os subsídios que antes eu nem sonhava ter.
Aí me peguei elaborando planos que talvez fossem infalíveis para aplicar em determinadas situações e me perguntei:
- Será que os caminhos diversos me levariam a outro lugar?
- Certamente, minha voz interior respondeu.
- Mas será que eu estaria me sentindo melhor hoje?
Nessas horas lembro-me de filmes interessantes, como Efeito Borboleta e De Volta Para o Futuro...
Isso me gera alguma conformação.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A médica, o celular, a confiança e a inconveniência.


Hoje minha mãe sentiu-se mal, pela manhã, mas como o tempo foi passando e ela não tinha previsão de alta, achei por bem comer alguma coisa. Fui até a cantina do hospital (onde a havia levado na emergência) e presenciei uma cena bastante intrigante.
Na verdade, isso é o que existe de mais previsível, mas, às vezes, sinto que muita gente se esquece.
Uma médica fazia caras e bocas, expressando tremenda irritação, enquanto ouvia alguém pelo celular. Após alguns minutos ela disse algo que eu não consegui entender direito e desligou a chamada. Em seguida, pude acompanhar sua conversa com uma moça que estava sentada à sua mesa. O diálogo foi mais ou menos assim:
- Incrível como as pessoas te ligam e sequer perguntam se você pode falar... A criatura ligou e foi falando, falando, falando... E eu tive de aproveitar a primeira brecha para inventar uma desculpa e desligar. Ninguém merece!
- E quem era?
- Ah... Era uma problemática aí que me liga direto. E o pior é que eu nem tenho como ajudar a resolver o caso dela, e eu já dei a entender isso, mas ela não se toca! Qualquer hora dessas eu vou ter que dizer que sou médica e não psicóloga!
Pouco tempo depois eu terminei de almoçar e resolvi me levantar. Daqui a pouco poderiam pensar que eu havia ficado apenas para escutar a conversa... Fui embora, mas a lição ficou. Melhor dizendo, as lições ficaram.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Uui!


Ontem fui, finalmente, ao salão abandonar as influências de Frida Kahlo (pelo menos durante os próximos 20 dias).
Enquanto estava lá, escancarada, ouvindo as histórias polêmicas de minha depiladora (isso mesmo, ela insiste em usar esse artifício para me distrair, não sei se numa tentativa de me fazer esquecer de minha condição patética, ou da dor mesmo), lembrei-me de um texto engraçadíssimo (não sei se a identidade fomentou minha risada, ou se pode ser considerado um bom texto realmente).
Tirem suas próprias conclusões. Mas eu digo que nunca li nada mais fidedigno e tangível ao nosso “sofrimento”.

Depilação cavada

- "Tenta sim. Vai ficar lindo."
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.
- "Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- "Vai depilar o quê?"
- "Virilha."
- "Normal ou cavada?"
Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.
- "Cavada mesmo."
- "Amanhã, às... deixa eu ver...13h?"
- "Ok. Marcado."
Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique.
Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado.
Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso
cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
- "Querida, pode deitar."
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus , era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.
- "Quer bem cavada?"
- "...é ... é, isso."
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
- "Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- "Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).
- "Pode abrir as pernas."
- "Assim?"
- "Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado."
- "Arreganhada, né?"
Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar. Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.
- "Tudo ótimo. E você?"
Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes.
O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.
- "Quer que tire dos lábios?"
- "Não, eu quero só virilha, bigode não."
- "Não, querida, os lábios dela aqui ó."
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que idéia.
Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.
- "Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor."
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
- "Olha, tá ficando linda essa depilação."
- "Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto."
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. - "Me leva daqui, Deus, me teletransporte". - Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.
- "Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?"
- "Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada."
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da puta arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.
- "Vamos ficar de lado agora?"
- "Hein?"
- "Deitar de lado pra fazer a parte cavada."
Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- "Segura sua bunda aqui?"
- "Hein?"
- "Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda."
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê... Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
- "Tudo bem, Pê?"
- "Sim... sonhei de novo com o fiofó de uma cliente."
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu twin peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cús por dia. Aliás, isso até aliviava minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá?
Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.
- "Vira agora do outro lado."
Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A bruaca da salinha do lado novamente abre a cortina.
- Penélope, empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem?
Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.
- "Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha."
- "Máquina de quê?!"
- "Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol."
- "Dói?"
- "Dói nada."
- "Tá, passa essa merda..."
- "Baixa a calcinha, por favor."
Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha!!!...como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cú. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.
" - Prontinha. Posso passar um talco?"
- "Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha."
- "Tá linda! Pode namorar muito agora."
Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso . Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.


* Ouvi dizer que o texto é de Patrícia Travassos, mas não tenho certeza.